O termo SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas) é amplamente conhecido por quem lida com edificações, mas poucos sabem que existem tipos diferentes de sistemas, cada um com características técnicas e aplicações específicas.
Escolher o tipo correto não é apenas uma questão de custo ou preferência — é uma decisão que depende de análise técnica, do nível de risco da edificação e das exigências da norma NBR 5419.
Quando se fala em proteção contra raios, muita gente imagina o clássico mastro metálico preso ao topo de um prédio. Mas o SPDA vai muito além disso. Ele é um sistema completo, composto por elementos que captam, conduzem e dissipam a energia elétrica de uma descarga atmosférica de forma segura. E, sim, existem diferentes formas de captar essa energia, o que leva à classificação dos sistemas de SPDA em três tipos principais: Franklin, Gaiola de Faraday e Eletrogeométrico.
Cada um desses modelos tem vantagens e limitações. Entender as diferenças é essencial para garantir a segurança da edificação, o atendimento à legislação vigente e a eficiência da proteção.
SPDA tipo Franklin: o mais tradicional
O SPDA tipo Franklin, também conhecido como sistema com hastes ou mastro de Franklin, é o mais popular e utilizado no Brasil. Ele foi inspirado no experimento de Benjamin Franklin no século XVIII, e consiste na instalação de captores metálicos pontiagudos nos pontos mais altos da estrutura.
Esses captores são ligados a condutores metálicos que descem pelas laterais do edifício e se conectam ao sistema de aterramento. A ideia é simples e eficiente: criar um caminho de baixa resistência para a corrente do raio chegar ao solo sem atravessar áreas críticas da construção.
Esse tipo de sistema é indicado para:
- Edificações de médio porte;
- Estruturas com poucos obstáculos no entorno;
- Prédios residenciais ou comerciais sem interferências estruturais complexas;
- Locais em que se deseja proteção discreta e de baixo custo.
Apesar da sua simplicidade, o Franklin é altamente eficaz quando bem dimensionado, instalado por profissionais qualificados e mantido regularmente.
SPDA tipo Gaiola de Faraday: proteção envolvente
A Gaiola de Faraday é uma das soluções mais completas em proteção contra descargas atmosféricas. Em vez de utilizar apenas captores pontuais, esse sistema envolve toda a estrutura com uma malha de condutores metálicos, criando uma verdadeira blindagem eletromagnética.
Essa “gaiola” é formada por condutores horizontais e verticais, dispostos na cobertura e nas fachadas do edifício, interligados entre si e ao sistema de aterramento. Ao formar essa malha, o SPDA tipo Gaiola de Faraday distribui a corrente do raio ao longo da estrutura, reduzindo o impacto sobre qualquer ponto específico e aumentando a segurança interna da edificação.
É indicado para:
- Hospitais, laboratórios e centros de dados, onde qualquer interferência elétrica pode ser desastrosa;
- Indústrias com estruturas metálicas extensas, como galpões ou linhas de produção;
- Prédios históricos e construções com valor arquitetônico, onde o impacto estético de mastros seria indesejado.
Por exigir mais material e um projeto mais detalhado, é um sistema com custo superior ao Franklin, mas que entrega altíssimo nível de proteção.
SPDA tipo Eletrogeométrico: modelagem baseada em raio de proteção
Esse modelo parte de uma abordagem diferente: em vez de cobrir ou envolver fisicamente a estrutura, o sistema é projetado com base em modelos matemáticos de raio de atração, também chamados de modelo rolling sphere (esfera rolante).
A ideia é simular, com base em equações da NBR 5419, até onde a descarga elétrica pode alcançar a partir de um determinado ponto de captação. Com isso, posicionam-se os captores estrategicamente para garantir que nenhuma parte crítica da edificação fique descoberta.
Esse tipo de SPDA é especialmente útil para:
- Estruturas com geometrias irregulares;
- Locais com múltiplos níveis de telhado ou obstáculos;
- Instalações abertas, como parques solares, torres de telecomunicação ou silos agrícolas.
O SPDA eletrogeométrico não é um “tipo novo” de sistema, mas sim uma forma de projetar a distribuição dos captores com base em dados técnicos avançados. Ele pode ser combinado com outros sistemas — como Franklin ou Gaiola — para obter melhores resultados.
Existe um SPDA melhor que outro?
A resposta curta é: depende da aplicação.
Cada sistema tem seus pontos fortes, e o melhor SPDA é aquele que responde às necessidades do projeto, atende à NBR 5419, respeita as particularidades da edificação e garante a segurança das pessoas e equipamentos. O erro mais comum é tentar escolher o tipo de proteção com base apenas em preço ou aparência — sem considerar a avaliação técnica e a análise de risco.
Por isso, antes de decidir qual SPDA usar, é indispensável:
- Fazer uma análise de risco completa, conforme a Parte 2 da NBR 5419;
- Realizar um projeto técnico elaborado por profissional habilitado com emissão de ART;
- Avaliar as características do local, entorno, processos internos e impactos potenciais;
- Garantir que o sistema escolhido seja dimensionado corretamente e instalado por especialistas.
O papel da Instalapar em projetos com diferentes tipos de SPDA
A Instalapar atua com todos os tipos de SPDA, oferecendo desde o estudo inicial até a instalação e manutenção do sistema. Com forte presença em Curitiba e região, a empresa se destaca por unir conhecimento técnico, experiência prática e comprometimento com as normas brasileiras.
Seu portfólio inclui:
- Projetos personalizados com análise detalhada de risco;
- Implementação de sistemas do tipo Franklin, Gaiola de Faraday e modelagem eletrogeométrica;
- Instalação de DPS, complementando a proteção contra surtos;
- Emissão de laudos técnicos e ARTs;
- Manutenções preventivas e corretivas;
- Adequação de sistemas antigos às novas exigências da NBR 5419.
A escolha do tipo de SPDA é um ponto crítico da segurança estrutural — e deve ser tratada com o máximo cuidado técnico. Ao contar com uma equipe especializada como a da Instalapar, as edificações ganham não só proteção física, mas tranquilidade jurídica, técnica e operacional.