Para que serve o para-raios e como funciona o sistema de proteção SPDA

A importância do SPDA e como ele protege estruturas contra descargas atmosféricas

Todo edifício, casa, galpão ou estrutura está, de alguma forma, exposto aos efeitos de descargas atmosféricas — ou, como se diz popularmente, aos raios.

Essas descargas, quando atingem diretamente uma construção ou mesmo ocorrem nas proximidades, podem provocar danos estruturais, incêndios, queima de equipamentos elétricos e, em casos mais graves, colocar vidas em risco. É justamente nesse cenário que entra o SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas.

O que popularmente se conhece como “para-raios” é, na verdade, apenas a parte visível do SPDA. Aquela haste metálica instalada no topo de prédios e construções é apenas um dos elementos de um sistema mais complexo, projetado para captar, conduzir e dissipar com segurança a energia dos raios, evitando que ela atinja diretamente a edificação ou se propague pela instalação elétrica. O SPDA é, portanto, uma solução essencial para proteger patrimônios, preservar vidas e garantir segurança elétrica em ambientes urbanos e rurais.

O interesse por esse tema aumenta sempre que os temporais se intensificam. Nesses momentos, cresce também a quantidade de buscas por expressões como “o que faz um para-raios”, “como funciona o SPDA” ou “preciso instalar para-raios na minha casa?”. E isso mostra que, embora o sistema seja obrigatório em muitos tipos de construções, ele ainda é pouco compreendido por quem não atua na área técnica.

Por isso, entender de forma clara para que serve o para-raios e como o SPDA funciona na prática é o primeiro passo para tomar decisões mais seguras, seja em condomínios, obras, comércios, áreas industriais ou até mesmo residências isoladas.

Como funciona o SPDA: do topo ao aterramento

O Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas é composto por três partes principais: sistema de captação, sistema de descida e sistema de aterramento. Cada uma delas tem uma função específica no processo de condução da descarga elétrica até o solo, onde a energia é dissipada com segurança.

Sistema de captação

A captação é a parte que fica mais visível nas construções. São hastes metálicas ou malhas que atuam como “ponte” entre a atmosfera e o sistema. Elas são posicionadas de forma estratégica nos pontos mais altos da estrutura, justamente onde há maior probabilidade de incidência de raios. Sua função é atrair a descarga atmosférica antes que ela atinja qualquer parte sensível do edifício.

Sistema de descida

Uma vez captada a descarga, ela precisa ser conduzida com segurança até o solo. O sistema de descida é composto por cabos ou fitas metálicas que conectam a captação ao aterramento. Eles são instalados ao longo da estrutura, muitas vezes embutidos em colunas ou protegidos por canaletas, e devem garantir um caminho de baixa impedância elétrica, evitando que a energia se disperse no trajeto.

Sistema de aterramento

Na base de tudo, literalmente, está o aterramento. É ele que finaliza o processo, descarregando a energia do raio no solo de forma controlada e segura. Um aterramento eficiente é essencial para que o SPDA funcione corretamente. Se ele for mal dimensionado ou apresentar resistência elevada, o risco de a energia se espalhar por estruturas metálicas internas, tubulações ou instalações elétricas aumenta.

Esses três sistemas, quando projetados de forma integrada, formam um SPDA eficiente, reduzindo os riscos de incêndio, choque elétrico, queima de equipamentos e danos à estrutura.

Mais do que proteção física: segurança elétrica e patrimonial

É comum associar o SPDA apenas à proteção contra incêndios causados por raios, mas o alcance do sistema vai muito além. Um sistema bem projetado e mantido também reduz as chances de:

  • Queima de computadores, eletrodomésticos, roteadores e equipamentos industriais;
  • Interferência em sistemas eletrônicos sensíveis, como alarmes e centrais de controle;
  • Danos à rede elétrica interna, que podem levar à paralisação de atividades comerciais e industriais;
  • Acidentes com pessoas, seja por contato direto com partes metálicas eletrificadas ou por indução eletromagnética.

Além disso, a presença de SPDA é obrigatória em diversos tipos de edificações, conforme previsto em normas técnicas específicas, como a ABNT NBR 5419, que estabelece os critérios para projeto, instalação e manutenção do sistema. Isso significa que, além de proteger, o SPDA também é parte de um conjunto de exigências legais e normativas que impactam diretamente a segurança e a conformidade das construções.

Por que algumas edificações são mais vulneráveis?

Nem todo prédio ou casa apresenta o mesmo risco de ser atingido por uma descarga atmosférica. O nível de exposição depende de fatores como:

  • Altura da edificação;
  • Localização geográfica (regiões com maior incidência de raios, como o sul e o sudeste do Brasil);
  • Finalidade da construção (áreas industriais, hospitais, escolas e espaços com grande circulação de pessoas exigem maior proteção);
  • Presença de estruturas metálicas ou sistemas eletrônicos sensíveis;
  • Densidade urbana (em áreas isoladas, uma construção alta se torna o ponto mais provável de impacto).

Diante dessas variáveis, é comum que o projeto de SPDA seja totalmente personalizado. Não se trata de um sistema padrão aplicável a qualquer construção. O dimensionamento correto depende de uma análise técnica criteriosa, com levantamento de riscos, avaliação da edificação e definição dos materiais e métodos mais adequados.

O que diferencia um SPDA eficiente de um sistema problemático

Mesmo com um projeto bem feito, o SPDA pode se tornar ineficaz se não for instalado corretamente ou se não passar por manutenções periódicas. A falta de inspeções, a corrosão dos componentes metálicos, conexões mal feitas ou aterramentos comprometidos podem transformar um sistema teoricamente seguro em um risco oculto.

É por isso que empresas especializadas, como a Instalapar, atuam não apenas com a instalação de sistemas novos, mas também com vistorias técnicas, emissão de laudos e manutenções corretivas e preventivas. Esse cuidado contínuo é o que garante a eficácia do sistema ao longo dos anos — mesmo em regiões com alta incidência de raios.

Outro fator que impacta o desempenho do SPDA é o uso de materiais de baixa qualidade ou incompatíveis com o projeto. Cada componente precisa atender às especificações técnicas exigidas para suportar os níveis de corrente elétrica que circulam durante uma descarga atmosférica. Cabos, hastes, conectores, eletrodos de aterramento: tudo deve ser escolhido com base em critérios técnicos, e não apenas no menor custo.

Além disso, um bom sistema de proteção deve ser integrado a outros elementos de segurança elétrica, como os dispositivos de proteção contra surtos (DPS). Eles atuam em conjunto com o SPDA, protegendo os equipamentos internos da edificação contra picos de tensão causados por descargas próximas.

SPDA também protege a reputação e a operação de empresas

No caso de empreendimentos comerciais e industriais, os riscos vão além dos danos físicos. A ausência de um SPDA funcional pode resultar em paralisação de atividades, perda de dados, queima de equipamentos estratégicos, prejuízos operacionais e até impactos na imagem institucional.

Imagine uma clínica médica que perde seus equipamentos em uma única descarga, ou um centro de dados que sofre queda abrupta durante uma tempestade. Nestes casos, o prejuízo é duplo: financeiro e reputacional. A instalação de um SPDA confiável passa a ser, portanto, uma medida de gestão de riscos empresariais.

Para empresas que atuam com contratos, licitações ou certificações, a presença de SPDA com documentação regularizada e laudos atualizados pode inclusive ser um requisito de compliance. Isso reforça a importância de manter o sistema sempre em dia, não apenas pela segurança, mas também pelo atendimento às exigências legais e contratuais.

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