A segurança não está nos cabos — está na verificação
Um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) pode estar perfeitamente visível, com hastes no topo do prédio e cabos aparentes nas descidas, mas isso não significa que ele esteja funcionando como deveria. Muitas falhas são silenciosas, discretas e só aparecem na hora errada: durante uma tempestade, quando já é tarde demais.
Por isso, tão importante quanto ter um SPDA instalado é saber se ele está em pleno funcionamento. E a única forma confiável de verificar isso é por meio de uma inspeção técnica especializada. Não se trata de um simples olhar visual. A inspeção exige medições, testes, conferência de conexões, avaliação do aterramento e verificação completa da conformidade com as normas técnicas.
Muita gente acredita que o sistema de para-raios é algo que “se instala e esquece”. Na prática, isso pode gerar uma falsa sensação de segurança. Sem inspeções periódicas, é impossível saber se o sistema ainda cumpre sua função — e os riscos de falhas aumentam com o tempo.
Este texto mostra como saber se o seu sistema de SPDA está funcionando corretamente, quais sinais merecem atenção, o que é feito durante uma inspeção técnica e por que esse processo é indispensável para qualquer edificação protegida por para-raios.
Por que o SPDA pode parar de funcionar mesmo estando “inteiro”?
O SPDA é um sistema passivo, ou seja, ele não possui componentes que consomem energia ou apresentam sinal de funcionamento no dia a dia. Isso faz com que muitos gestores e síndicos esqueçam sua existência após a instalação. O problema é que tempo, clima e interferências físicas podem comprometer o sistema silenciosamente.
Alguns dos principais fatores que afetam o funcionamento do SPDA ao longo do tempo:
- Corrosão de cabos e conexões metálicas;
- Afrouxamento ou rompimento de conexões, principalmente em descidas e suportes;
- Obras ou reformas no telhado ou fachada, que alteram trajetos ou removem componentes;
- Oxidação dos terminais de aterramento, o que aumenta a resistência do sistema;
- Crescimento de vegetação ou presença de objetos metálicos interferentes;
- Adição de estruturas não interligadas, como antenas ou painéis solares, que exigem revisão do sistema.
Esses problemas são praticamente invisíveis para quem não tem formação técnica. A estrutura “parece” estar lá — mas pode não estar protegendo de forma alguma.
O que é verificado em uma inspeção de SPDA?
A inspeção técnica de SPDA deve ser feita por profissionais habilitados, preferencialmente engenheiros eletricistas com registro no CREA. Ela envolve a análise completa de:
- Captação: conferência das hastes e condutores de topo, estado de conservação, conexões e posicionamento;
- Descidas: avaliação dos cabos, fixações e continuidade elétrica do trajeto até o solo;
- Aterramento: medição da resistência elétrica do sistema, condição dos eletrodos e possíveis interferências;
- Equipotencialização: verificação da interligação entre partes metálicas da edificação e o SPDA, reduzindo diferenças de potencial;
- Dispositivos de proteção contra surtos (DPS): análise da existência e condição desses componentes nos quadros elétricos;
- Conformidade com a NBR 5419: revisão da adequação do sistema à norma vigente.
Esses testes garantem que o sistema continue operando dentro dos parâmetros de segurança e eficiência.
Com que frequência a inspeção deve ser feita?
A periodicidade depende do tipo de edificação e do uso da estrutura. Segundo a NBR 5419, a recomendação é:
- A cada 3 anos em edificações comuns, como residências e escritórios;
- A cada 1 ano em locais com maior circulação de pessoas ou equipamentos sensíveis;
- A cada 6 meses em instalações críticas, como hospitais, centros de dados ou locais com risco elevado;
- Sempre que houver reformas, ampliações ou modificações na estrutura elétrica ou civil;
- Logo após a suspeita ou confirmação de queda de raio próxima ou direta.
Além da periodicidade, é importante observar sinais que indicam a necessidade de inspeção imediata.
Sinais de alerta: quando o sistema pode estar comprometido
Mesmo sem ser técnico, alguns sinais indicam que o SPDA pode não estar funcionando corretamente:
- Cabos de descida soltos, partidos ou oxidados;
- Conexões metálicas frouxas ou com sinais de ferrugem;
- Componentes visivelmente danificados ou ausentes;
- Trocas de telhado ou reformas recentes sem revisão do SPDA;
- Ausência de laudo técnico atualizado nos últimos 12 meses;
- Queima frequente de aparelhos durante tempestades;
- Dificuldade em localizar os pontos de aterramento para inspeção.
Qualquer um desses fatores é motivo suficiente para solicitar uma vistoria técnica imediata.
O que acontece se a inspeção for negligenciada?
Ignorar a inspeção periódica do SPDA pode trazer consequências sérias:
- Falha do sistema durante uma descarga atmosférica, com danos à estrutura e aos equipamentos;
- Incêndios causados por condução inadequada da corrente elétrica;
- Risco à vida de ocupantes da edificação;
- Recusa de indenização por parte da seguradora em caso de sinistro;
- Responsabilidade legal do síndico, gestor ou proprietário, que pode ser acionado judicialmente por omissão;
- Irregularidade em fiscalizações de órgãos públicos, como Corpo de Bombeiros ou prefeitura.
Além dos danos materiais e legais, há a perda da sensação de segurança — algo que não tem preço.
O que a inspeção entrega ao final?
A inspeção técnica deve resultar em um laudo técnico de SPDA, com:
- Relatório detalhado do estado do sistema;
- Registro fotográfico dos pontos inspecionados;
- Resultados das medições realizadas, especialmente a resistência de aterramento;
- Lista de eventuais não conformidades ou falhas encontradas;
- Recomendações técnicas para correção;
- Assinatura de profissional habilitado com ART vinculada.
Esse laudo serve como comprovação de conformidade, documento jurídico e histórico técnico da edificação.
A importância de contar com uma empresa especializada
Fazer a inspeção com uma empresa que atua especificamente com SPDA faz toda a diferença. A Instalapar, referência em proteção contra raios em Curitiba e região, realiza inspeções completas com:
- Equipe técnica treinada;
- Equipamentos calibrados para medição precisa de aterramento;
- Análise de conformidade com a NBR 5419;
- Emissão de laudo técnico com ART;
- Atendimento rápido e agendamento flexível.
Além da inspeção, a Instalapar também realiza adequações, atualizações e manutenções corretivas em sistemas que apresentem falhas.