O sistema está instalado. E agora?
Instalar um sistema de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA) é um passo fundamental para garantir a segurança de qualquer edificação. Mas, ao contrário do que muitos pensam, essa proteção não termina com a conclusão da obra. O sistema precisa de manutenção periódica para continuar funcionando com eficiência. E negligenciar essa etapa pode comprometer toda a segurança que se pretendia alcançar.
Assim como outros sistemas prediais — elétrica, hidráulica, gás, elevadores — o SPDA exige vistorias técnicas regulares. Com o tempo, fatores como corrosão, vibrações estruturais, reformas, movimentação de terras ou simples exposição ao clima podem alterar a integridade do sistema. Um cabo desconectado, uma conexão frouxa ou uma haste oxidada já são o suficiente para anular a proteção contra raios.
Por isso, entender com que frequência a manutenção do SPDA deve ser feita, o que é verificado nas inspeções e quem pode realizá-las é essencial. O descuido nessa etapa pode resultar em riscos sérios para a edificação, danos a equipamentos, incêndios e até responsabilidades legais em caso de acidente.
SPDA é proteção contínua — mas só se for mantido
Quando um sistema é bem projetado, ele tem grande durabilidade. Mas isso não significa que ele seja imune ao tempo. As partes metálicas que compõem o SPDA — como hastes, conectores, cabos de descida e eletrodos de aterramento — estão expostas a intempéries e oxidação. Em locais com muita umidade ou maresia, esse processo é ainda mais acelerado.
Além disso, uma simples pintura na fachada, a instalação de um novo equipamento no telhado, uma obra civil ou uma troca de cobertura pode alterar componentes do sistema — muitas vezes sem que o responsável perceba. Essas alterações involuntárias são mais comuns do que se imagina e podem comprometer o desempenho do SPDA.
A manutenção periódica serve justamente para identificar esses problemas invisíveis e corrigir falhas antes que elas se tornem críticas.
Quando a manutenção do SPDA é obrigatória?
A NBR 5419, norma que rege os sistemas de proteção contra descargas atmosféricas no Brasil, determina que a manutenção deve seguir uma rotina específica, considerando o tipo de edificação e o nível de risco da instalação.
A periodicidade recomendada é:
- Anualmente, em edifícios comuns, como prédios residenciais e comerciais;
- A cada 6 meses, em locais com grande circulação de pessoas, como escolas, hospitais, shoppings, igrejas, aeroportos e centros de eventos;
- Sempre que houver alterações estruturais ou elétricas no edifício, como reformas, ampliações ou mudanças nos quadros elétricos;
- Imediatamente após uma descarga atmosférica conhecida ou suspeita que tenha atingido o sistema.
Esses prazos garantem que o sistema seja inspecionado com regularidade, corrigindo falhas antes que representem riscos.
O que é verificado na manutenção?
A manutenção técnica do SPDA vai além de um simples olhar visual. Envolve uma série de verificações técnicas e instrumentais. Durante a vistoria, o profissional responsável avalia:
- Integridade das hastes de captação;
- Continuidade elétrica dos condutores de descida;
- Fixação e estado dos conectores;
- Condição dos suportes e ancoragens;
- Conexões equipotenciais e interligações com outras partes metálicas;
- Medição da resistência de aterramento;
- Condições físicas do sistema de aterramento;
- Existência de modificações estruturais ou novas interferências;
- Indícios de corrosão, cortes, dobras ou rompimentos nos cabos.
Além disso, a inspeção avalia se o sistema está em conformidade com a última versão da norma e se as alterações feitas na edificação foram comunicadas e atualizadas no projeto do SPDA.
O laudo técnico é obrigatório?
Sim. Toda vistoria de SPDA deve resultar na emissão de um laudo técnico, assinado por profissional habilitado (geralmente engenheiro eletricista) e com ART registrada no CREA.
Esse laudo comprova que a manutenção foi feita, detalha as condições encontradas no sistema, aponta não conformidades e recomenda eventuais correções ou adequações. Também deve incluir os resultados das medições feitas no sistema de aterramento, com valores reais obtidos no momento da vistoria.
O laudo técnico é um documento essencial para:
- Apresentar à seguradora, em caso de sinistro;
- Cumprir exigências de órgãos públicos ou fiscalizações;
- Comprovar a segurança da edificação em auditorias ou vistorias;
- Evitar responsabilizações em caso de acidentes causados por descargas atmosféricas.
Quais sinais indicam que o SPDA pode estar com problema?
Mesmo fora do prazo da manutenção, alguns sinais de alerta devem ser observados:
- Partes metálicas oxidadas, soltas ou ausentes;
- Cabos danificados, cortados ou com dobras acentuadas;
- Mudanças na estrutura do telhado ou fachada;
- Reforma recente que envolveu áreas próximas ao sistema;
- Queima de equipamentos durante tempestades;
- Falta de laudo técnico atualizado nos últimos 12 meses.
Em qualquer um desses casos, a recomendação é agendar uma vistoria imediata.
O que acontece se a manutenção não for feita?
A ausência de manutenção compromete diretamente a funcionalidade do SPDA. E quando ele falha, as consequências podem ser sérias:
- Descargas atmosféricas atingem a estrutura sem proteção, provocando incêndios e danos materiais;
- Equipamentos sensíveis são danificados por surtos elétricos;
- O seguro patrimonial pode recusar cobertura por ausência de manutenção obrigatória;
- Em condomínios, o síndico pode ser responsabilizado por omissão;
- Empresas podem ter a operação interrompida por falhas causadas por raios.
Além disso, a falta de manutenção coloca vidas em risco — principalmente em locais com alta circulação de pessoas.
Quem deve realizar a manutenção do SPDA?
Somente empresas especializadas e profissionais habilitados devem realizar a manutenção de sistemas de para-raios. Isso garante que todos os testes, medições e inspeções estejam em conformidade com as normas técnicas, e que a responsabilidade esteja formalmente registrada por meio da ART.
Empresas como a Instalapar oferecem esse serviço com:
- Equipes treinadas e certificadas;
- Equipamentos próprios de medição de resistência de aterramento;
- Emissão de laudo técnico completo;
- Recomendações técnicas para adequações, quando necessárias.
Além disso, empresas especializadas conseguem identificar melhorias ou necessidades de modernização no sistema, o que amplia sua eficiência e durabilidade.