Manter uma indústria funcionando de forma contínua e segura exige mais do que organização de processos, bons fornecedores e profissionais capacitados.
Em muitos casos, o que mais ameaça a operação não vem de dentro — vem do céu. O Brasil lidera o ranking mundial de incidência de raios, com mais de 70 milhões de descargas atmosféricas por ano, segundo o INPE. E cada uma delas representa um risco real para a integridade de estruturas industriais, equipamentos eletrônicos e processos produtivos.
O impacto de uma descarga elétrica direta ou indireta em uma planta industrial pode ser imenso: paralisação da linha de produção, queima de máquinas de alto custo, interrupção de dados críticos, perda de mercadorias e, em alguns casos, acidentes graves envolvendo colaboradores. O prejuízo ultrapassa o financeiro e se estende à reputação da empresa e à confiança de clientes e investidores.
É por isso que investir em proteção contra descargas atmosféricas vai muito além de cumprir uma norma técnica. Trata-se de uma estratégia essencial de continuidade de negócio, que protege vidas, evita perdas materiais e fortalece a resiliência industrial diante de eventos naturais imprevisíveis — mas perfeitamente mensuráveis e evitáveis com a abordagem certa.
Indústrias estão entre os alvos mais vulneráveis
As edificações industriais, por suas características físicas, operacionais e localização, estão entre as mais expostas aos efeitos dos raios. Muitas delas ocupam terrenos planos, afastados de áreas urbanas, e possuem estruturas metálicas elevadas, como torres, chaminés e silos — que naturalmente funcionam como pontos de atração para descargas.
Além disso, são ambientes onde circulam altas cargas elétricas, com sistemas automatizados, máquinas de grande porte, servidores de dados, equipamentos de medição e controle, entre outros dispositivos sensíveis a variações de tensão.
Uma única descarga pode desencadear efeitos em cadeia, comprometendo não só o equipamento atingido diretamente, mas também a estabilidade elétrica de toda a planta, gerando surtos que percorrem os cabos e afetam setores distantes do ponto de impacto.
SPDA e DPS: dupla que protege o coração da indústria
A primeira barreira de proteção é o SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas), que tem a função de interceptar o raio antes que ele atinja diretamente a estrutura, conduzindo sua energia até o solo de forma segura. O SPDA é composto por:
- Captores (geralmente hastes metálicas instaladas em pontos estratégicos);
- Condutores de descida, que levam a carga elétrica ao chão;
- Sistema de aterramento, responsável por dissipar essa energia sem causar danos.
No entanto, o SPDA protege apenas contra os efeitos diretos da descarga. Para lidar com os surtos elétricos que atingem a rede por indução (mesmo sem contato direto), é fundamental contar também com DPS (Dispositivos de Proteção contra Surtos). Eles atuam nos quadros elétricos, painéis de comando, sistemas de dados e telecomunicações, impedindo que essas oscilações danifiquem os sistemas internos.
Juntos, SPDA e DPS formam uma barreira eficiente contra as duas principais formas de ataque causadas pelos raios: descarga direta e sobretensão por indução eletromagnética.
Consequências da falta de proteção
Ignorar a proteção contra descargas atmosféricas pode custar caro. Os principais prejuízos que uma indústria desprotegida pode enfrentar incluem:
- Paralisação da produção por queima de máquinas ou desligamento de sistemas automatizados;
- Perda de dados industriais, com danos a servidores, sensores e sistemas de controle;
- Interrupção no fornecimento de energia e falhas em no-breaks e geradores mal protegidos;
- Incêndios elétricos provocados por surtos não dissipados corretamente;
- Danos ao patrimônio físico, como derretimento de componentes e rompimento de estruturas;
- Risco à integridade de trabalhadores, principalmente em áreas metálicas ou em contato com equipamentos energizados.
Em todos esses cenários, o tempo é inimigo. Cada minuto parado representa produção perdida, atrasos em entregas e perda de competitividade. Em setores com margens apertadas e processos just-in-time, o impacto é ainda maior.
SPDA em conformidade com a NBR 5419
A instalação de um SPDA eficaz depende de uma análise técnica detalhada, que deve ser conduzida por profissionais qualificados com base na norma NBR 5419. Ela define:
- Os critérios para a análise de risco da edificação;
- O nível de proteção necessário de acordo com o tipo de indústria e localização;
- As especificações para captores, condutores, conexões, aterramento e inspeções periódicas.
A norma também orienta sobre a frequência das manutenções e inspeções visuais, funcionais e completas, além da obrigatoriedade de emissão de laudos técnicos com ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) após cada vistoria.
Ignorar essas diretrizes pode invalidar seguros patrimoniais, gerar multas e responsabilização civil ou criminal em caso de acidentes.
O papel do aterramento industrial
Outro ponto fundamental é o sistema de aterramento. Ele precisa ser dimensionado para suportar tanto as condições normais da rede elétrica quanto a dissipação da energia proveniente do SPDA. Um erro comum é considerar os dois sistemas de forma isolada.
O aterramento mal executado pode gerar:
- Acúmulo de tensões perigosas no solo;
- Choques elétricos indiretos em equipamentos ou estruturas metálicas;
- Ineficiência do SPDA e dos DPS, tornando toda a proteção ineficaz.
Em plantas maiores, recomenda-se a criação de malhas de terra equipotenciais, interligando estruturas, quadros, subestações, sistemas de controle e áreas externas, para garantir uma distribuição homogênea da corrente em caso de descarga.
Prevenção como parte da estratégia industrial
Empresas que operam com visão de longo prazo sabem que a prevenção é parte da produtividade. E proteção contra raios não é um “extra” — é um componente crítico da infraestrutura elétrica, ao lado dos disjuntores, sensores e sistemas de automação.
Ao investir em SPDA e DPS, a indústria:
- Reduz significativamente o número de falhas elétricas causadas por fatores externos;
- Garante continuidade da operação mesmo em dias de tempestade;
- Aumenta a vida útil de equipamentos de alto valor agregado;
- Evita acidentes de trabalho, protegendo colaboradores e ativos;
- Fortalece sua posição frente a auditorias, licitações, certificações e seguros.
Além disso, a presença de proteção contra surtos e descargas é requisito comum em contratos com grandes clientes, multinacionais e cadeias logísticas, que exigem níveis elevados de confiabilidade.
A Instalapar como parceira do setor industrial
A Instalapar atua com soluções completas para proteção contra descargas atmosféricas em ambientes industriais. Seu portfólio inclui:
- Projetos personalizados de SPDA e DPS, com base em análise técnica aprofundada;
- Instalação conforme NBR 5419 e NBR 5410, utilizando materiais certificados e mão de obra especializada;
- Inspeções técnicas e emissão de laudos com ART, prontos para apresentação em vistorias ou auditorias;
- Avaliação do aterramento existente e adequação ao sistema de proteção proposto;
- Treinamento e suporte para equipes de manutenção.
Cada projeto é desenvolvido com foco em eficiência, segurança e continuidade produtiva, levando em conta a realidade de cada planta — seja uma indústria leve, pesada, farmacêutica, alimentícia ou de base.