Em dias de céu limpo, o para-raios passa despercebido. Mas quando o tempo fecha, sua função entra em cena com total intensidade.
Durante uma tempestade elétrica, esse equipamento — muitas vezes ignorado no dia a dia — se transforma no principal defensor contra danos causados por raios, conduzindo correntes de altíssima energia com segurança, precisão e confiabilidade.
Apesar de estar presente em milhões de edificações pelo país, muita gente não entende o que realmente acontece com um para-raios no momento em que uma descarga atmosférica ocorre. O que ele absorve? O que ele evita? Ele sofre danos? É preciso manutenção depois? Essas dúvidas não são apenas curiosidade técnica. Elas têm impacto direto na forma como os sistemas de proteção são vistos, valorizados e mantidos — ou não.
O Brasil é um dos países com maior incidência de raios no mundo, e isso torna fundamental a disseminação de conhecimento sobre a real atuação do SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas). Com o entendimento correto, é possível adotar medidas preventivas mais eficazes, proteger patrimônios e, acima de tudo, preservar vidas.
Quando o raio está a caminho
Durante uma tempestade, as nuvens acumulam grandes cargas elétricas. Quando a diferença de potencial entre a nuvem e o solo se torna suficientemente alta, ocorre a descarga — o famoso raio.
Nesse exato momento, o sistema de SPDA já está “ativo” — não por alguma tecnologia eletrônica, mas porque seus componentes metálicos, devidamente posicionados, estão prontos para interceptar qualquer descarga que venha em direção à edificação. Eles funcionam como uma rota preferencial, guiando a corrente elétrica por um caminho seguro até o solo.
É importante entender que o raio não é “puxado” pelo para-raios, mas sim interceptado por ele. Sem o SPDA, a descarga encontraria outros caminhos: instalações elétricas internas, canos metálicos, estruturas de concreto armado — todas altamente perigosas em caso de impacto direto.
O que acontece no momento do impacto
Quando o raio atinge o captor do SPDA (geralmente instalado no ponto mais alto da construção), a corrente elétrica — que pode ultrapassar os 200 mil amperes — percorre os condutores de descida, passa pelo sistema de conexões e segue até o sistema de aterramento, onde é dissipada com segurança.
Esse processo acontece em frações de segundo, mas envolve forças intensas:
- Altíssimas temperaturas (podendo chegar a 30 mil °C);
- Impulsos eletromagnéticos que se propagam pelo ambiente;
- Vibrações mecânicas nos materiais condutores;
- Potencial para geração de surtos elétricos em equipamentos eletrônicos conectados à rede.
É por isso que um SPDA eficaz não atua sozinho. Ele deve estar acompanhado por um bom sistema de DPS (Dispositivo de Proteção contra Surtos), que protege as redes internas da edificação dos efeitos indiretos da descarga.
O para-raios sofre danos com a descarga?
O SPDA é projetado para suportar o impacto. Os materiais utilizados — normalmente cobre ou alumínio — são dimensionados para conduzir grandes correntes elétricas sem se deteriorar.
No entanto, isso não significa que o sistema seja invulnerável. Fatores como corrosão, conexões frouxas, aterramento ineficiente, presença de materiais inadequados ou instalação incorreta podem comprometer sua eficácia ou até levá-lo à falha. Por isso, após cada tempestade intensa, é recomendável fazer uma inspeção visual ou funcional, especialmente se houver sinais visíveis de dano, como deformações ou rompimentos.
A norma NBR 5419 orienta sobre a periodicidade das inspeções e a necessidade de laudos técnicos regulares. A ideia é simples: um SPDA só protege bem se estiver em boas condições.
E os equipamentos internos da edificação?
Mesmo com um bom SPDA, as descargas podem induzir surtos elétricos pelas redes de alimentação elétrica, de dados ou de telecomunicação. Isso ocorre porque o campo eletromagnético gerado pela descarga tem força suficiente para causar picos de tensão que “viajam” por cabos conectados ao prédio.
É aqui que entram os DPS, que atuam como válvulas de segurança: desviam a sobretensão para o sistema de aterramento antes que ela atinja computadores, servidores, equipamentos médicos, máquinas industriais, sistemas de automação ou qualquer outro dispositivo sensível.
Ignorar essa etapa é como fechar a porta da frente e deixar a janela aberta — o raio pode não entrar pelo teto, mas ainda assim pode causar sérios prejuízos.
O sistema fica “gastando” durante a tempestade?
Outra dúvida comum é se o sistema de SPDA “gasta” ou “perde eficiência” a cada raio. A resposta é: não, desde que esteja bem dimensionado e mantido.
O sistema é feito para aguentar inúmeras descargas ao longo da vida útil. No entanto, componentes como os DPS podem sim se desgastar ao longo do tempo, dependendo da quantidade e intensidade dos surtos que absorvem. Alguns modelos contam até com indicadores de fim de vida útil, facilitando a substituição preventiva.
Por isso, é essencial que haja um plano de manutenção preventiva, com inspeções regulares, testes de continuidade elétrica e verificação do estado físico e funcional dos componentes.
A atuação da Instalapar durante e depois das tempestades
A Instalapar é referência em proteção contra descargas atmosféricas em Curitiba e região. Durante tempestades, os sistemas instalados pela empresa entram em ação automaticamente — mas todo o sucesso dessa proteção começa muito antes, com:
- Projetos personalizados, desenvolvidos de acordo com as características e riscos de cada estrutura;
- Materiais de alta qualidade e mão de obra especializada, com foco em durabilidade e desempenho;
- Instalação conforme NBR 5419, garantindo plena conformidade técnica e legal;
- Laudos técnicos com ART, prontos para apresentação a seguradoras e órgãos reguladores;
- Inspeções periódicas e manutenção preventiva, para que o SPDA continue operando com eficiência por muitos anos.
A cada tempestade, é o comprometimento com a segurança que garante a tranquilidade de quem confiou na proteção certa.