A proteção contra descargas atmosféricas ainda é cercada de mitos, dúvidas e desinformações.
Entre os equívocos mais comuns, está a ideia de que o para-raios atrai raios e, por isso, poderia aumentar o risco de um prédio, casa ou indústria ser atingido durante uma tempestade. Essa crença, embora popular, parte de uma interpretação errada sobre como funciona o SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas) e pode levar muitas pessoas a abrir mão de um sistema essencial para a segurança patrimonial e humana.
Entender o que é fato e o que é confusão técnica é o primeiro passo para tomar decisões mais conscientes — especialmente em regiões com alta incidência de descargas, como o Brasil. Com mais de 70 milhões de raios por ano, o país lidera o ranking mundial, e cada uma dessas descargas representa uma ameaça real a estruturas desprotegidas. O papel do SPDA é neutralizar esse risco, e não ampliá-lo.
Para desfazer os mitos e esclarecer como o sistema realmente atua, é preciso olhar com mais atenção para sua função física e técnica, o que dizem as normas da ABNT e o que a prática mostra nas inspeções e laudos.
Mito 1: “O para-raios atrai os raios para minha casa”
Essa ideia é uma confusão comum, mas totalmente equivocada. O SPDA não atrai raios — ele intercepta os que já cairiam na região. O que o sistema faz é oferecer um caminho seguro para a descarga ser dissipada no solo, sem causar danos estruturais, incêndios ou choques. Ou seja, o raio já iria atingir a área; a presença do para-raios apenas evita que ele encontre rotas perigosas, como tubulações, antenas ou fiações internas.
A imagem de que o para-raios “chama o raio para si” dá uma impressão errada. O que ele faz é proteger tudo ao redor, agindo como um escudo contra os efeitos destrutivos da descarga.
Mito 2: “Se não tiver para-raios, o raio não vai cair aqui”
Esse raciocínio desconsidera a natureza aleatória das descargas. Raios não escolhem onde cair com base na presença ou ausência de proteção. Eles seguem o caminho de menor resistência elétrica — que pode ser uma chaminé, uma árvore, um telhado metálico ou até um ser humano em campo aberto.
A ausência de SPDA não diminui o risco. Pelo contrário: aumenta as chances de que, ao cair, o raio provoque danos — justamente porque não haverá um caminho condutor planejado para escoar a carga de forma segura.
Mito 3: “Prédios pequenos ou casas não precisam de para-raios”
Esse é outro erro comum. A necessidade de instalação do SPDA depende da análise de risco, conforme determina a NBR 5419. Entre os fatores avaliados estão a altura da edificação, a área construída, o tipo de uso (comercial, residencial, hospitalar, escolar, industrial) e a localização geográfica.
Mesmo construções menores podem exigir SPDA se estiverem em regiões com alta densidade de descargas ou se o impacto de um raio puder causar danos significativos a equipamentos, pessoas ou processos.
Mito 4: “O para-raios evita qualquer tipo de dano elétrico”
Embora o SPDA proteja contra a descarga direta, ele não evita os chamados surtos elétricos induzidos, que entram pelas redes de energia, telecomunicações ou dados. Para esses casos, o sistema deve ser complementado com DPS (Dispositivos de Proteção contra Surtos).
Sem os DPS, mesmo com para-raios, os equipamentos eletrônicos continuam vulneráveis a oscilações de tensão causadas pela descarga. Por isso, a proteção eficaz é sempre uma combinação entre SPDA e DPS, com projeto integrado.
Mito 5: “O para-raios protege pra sempre”
Instalar um SPDA e nunca mais olhar para ele é um erro grave. A eficiência do sistema depende de manutenções periódicas, inspeções e testes, conforme determina a NBR 5419. O tempo, a corrosão, obras próximas ou alterações no layout da edificação podem comprometer partes do sistema.
Além disso, a validade legal da proteção exige a emissão de laudos técnicos com ART, que precisam ser atualizados com frequência. Só assim é possível garantir que o sistema está realmente pronto para agir quando necessário.
A origem do mito: de onde vem a ideia de que para-raios atrai raio?
Esse mito surgiu da percepção empírica de que, após instalar o SPDA, algumas pessoas notaram maior número de “raios caindo” no entorno. Mas isso ocorre justamente porque agora existe um ponto visível de captação, enquanto antes a descarga era difusa e causava danos silenciosos ou despercebidos.
Ou seja, a proteção não atrai mais raios — ela apenas torna visível sua presença, através de descargas que antes se dissipavam de forma mais caótica e perigosa. O SPDA não aumenta o número de raios. Ele controla seus efeitos.
O que a norma técnica diz sobre tudo isso
A ABNT NBR 5419 é a norma que regulamenta o projeto, instalação, manutenção e inspeção dos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas no Brasil. Ela define critérios técnicos para análise de risco, especificação dos componentes e documentação obrigatória.
Ela também determina a obrigatoriedade da proteção em edificações com função pública, circulação intensa ou processos sensíveis, como escolas, hospitais, indústrias, centros comerciais, galpões logísticos e condomínios.
Na prática, seguir a norma significa estar em conformidade com a legislação, garantir cobertura de seguros e evitar responsabilizações legais em caso de acidentes. Além disso, é a forma mais segura de prevenir mortes, incêndios e perdas operacionais.
Como a Instalapar atua nesse cenário
A Instalapar trabalha com soluções completas de proteção contra descargas atmosféricas, desmistificando conceitos errados e oferecendo suporte técnico embasado e transparente. O trabalho inclui:
- Projeto técnico com base na NBR 5419, com análise de risco e dimensionamento do sistema;
- Instalação de SPDA e DPS com materiais certificados;
- Laudos técnicos e ART para comprovação junto a seguradoras, órgãos públicos ou auditorias;
- Manutenção preventiva e corretiva, com inspeções periódicas e teste de aterramento;
- Avaliação de estruturas existentes para adequação às normas e redução de riscos.
Ao lado de cada cliente, a Instalapar atua com conhecimento técnico, confiabilidade e experiência de campo, sempre com foco em segurança, eficiência e longevidade da solução.