A decisão por instalar SPDA não é estética: é técnica e obrigatória em muitos casos
É comum que moradores e gestores de edifícios se perguntem se é realmente necessário instalar um sistema de para-raios, especialmente quando a edificação não apresenta sinais visíveis de risco. O que muita gente não sabe é que a obrigatoriedade ou recomendação de instalação de um SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas) não depende apenas da intuição ou da altura do prédio, mas sim de uma avaliação técnica com base em critérios objetivos.
No Brasil, esses critérios estão definidos principalmente pela ABNT NBR 5419, norma que estabelece os parâmetros para análise de risco, projeto, execução e manutenção do sistema. Mas mesmo sem mergulhar nos detalhes técnicos da norma, é possível compreender os principais fatores que indicam se uma edificação deve ou deveria contar com SPDA — seja por obrigação legal ou como medida preventiva de segurança patrimonial e de vidas.
Ignorar essa decisão pode ter consequências graves. Em caso de acidentes causados por descargas atmosféricas, a ausência de um sistema de proteção pode comprometer a integridade estrutural do imóvel, colocar vidas em risco, causar incêndios e ainda gerar responsabilidade civil e criminal para os gestores e proprietários.
Este texto apresenta, de forma clara e objetiva, os fatores que indicam quando um prédio precisa de SPDA, quais riscos devem ser considerados, como funciona a análise de necessidade e por que essa decisão deve ser tomada com o apoio de profissionais habilitados.
O que define se o SPDA é necessário?
Diferentemente do que muitos pensam, a altura da edificação não é o único (nem o mais importante) critério para determinar a necessidade de instalar um para-raios. O que se considera, na prática, é o nível de risco a que a edificação está exposta. Esse risco é calculado a partir de uma série de variáveis técnicas, que incluem:
Altura e dimensões da construção
Edifícios mais altos tendem a atrair mais descargas atmosféricas, especialmente se forem os pontos mais elevados da região. No entanto, construções horizontais com grande área de cobertura — como galpões, escolas e centros comerciais — também podem ser alvos de raios, mesmo não sendo verticais.
Localização geográfica
O Brasil é um dos países com maior incidência de raios do mundo, com destaque para estados do Sul e Sudeste. Regiões com alta concentração de tempestades elétricas naturalmente exigem maior atenção à proteção externa contra descargas atmosféricas.
Tipo de uso da edificação
Prédios residenciais, comerciais, industriais, escolas, hospitais e templos religiosos possuem níveis de exigência diferentes. Ambientes com grande circulação de pessoas ou equipamentos sensíveis são considerados mais críticos. Um hospital, por exemplo, precisa garantir que seus sistemas elétricos continuem funcionando mesmo sob descargas próximas.
Materiais de construção e presença de estruturas metálicas
Construções com estruturas metálicas aparentes, torres, painéis solares, caixas d’água metálicas ou antenas possuem maior probabilidade de atração de raios. Nesses casos, a proteção se torna ainda mais urgente para evitar descargas diretas.
Impacto da perda
Outro ponto avaliado na análise de risco é o impacto da perda. Ou seja: quais seriam as consequências econômicas, operacionais e humanas caso ocorresse um dano por descarga atmosférica? Quanto maior o potencial de prejuízo, mais importante se torna o SPDA.
A análise de risco: quando a avaliação técnica se torna indispensável
Embora alguns casos sejam bastante óbvios — como edifícios altos em regiões com alta incidência de raios —, a decisão sobre instalar ou não um SPDA não deve ser baseada apenas no senso comum. É a partir da chamada análise de risco que se determina com precisão a real necessidade da proteção.
Essa análise, realizada por engenheiros eletricistas ou profissionais habilitados, leva em consideração as variáveis mencionadas e utiliza métodos de cálculo estabelecidos pela norma. O objetivo é definir se a edificação está acima do risco tolerável. Se estiver, a instalação do sistema é recomendada — ou mesmo obrigatória.
Em muitos municípios, o laudo de análise de risco já é exigido para obtenção do habite-se ou licenças de funcionamento. Além disso, seguradoras e órgãos fiscalizadores podem solicitar essa documentação em caso de sinistros ou auditorias.
Quais tipos de edifício geralmente precisam de SPDA?
Ainda que cada situação deva ser avaliada individualmente, há alguns tipos de construções que, pela própria natureza, costumam exigir instalação de SPDA:
- Prédios residenciais com mais de três andares
- Condomínios verticais e horizontais com área ampla
- Hospitais, clínicas e postos de saúde
- Escolas, universidades e centros de formação
- Galpões industriais e centros de distribuição
- Shopping centers e supermercados
- Postos de combustíveis e locais com risco de explosão
- Igrejas, templos e casas de culto
- Instalações com painéis solares ou torres metálicas
- Estádios, ginásios e centros esportivos
Vale lembrar que, mesmo em edificações que não se encaixam nessas categorias, a instalação do SPDA pode ser recomendada como medida de segurança — especialmente se houver histórico de descargas na região.
O que acontece se um prédio precisar e não tiver?
A ausência de SPDA quando tecnicamente indicado pode trazer riscos sérios e responsabilidades legais. Em caso de acidente, o proprietário ou gestor pode ser responsabilizado por negligência. Além disso, sem a proteção adequada:
- A estrutura pode sofrer danos irreversíveis, exigindo obras caras;
- Equipamentos eletrônicos podem ser totalmente perdidos, mesmo sem contato direto com o raio;
- A instalação elétrica pode entrar em curto, interrompendo operações comerciais ou industriais;
- Pessoas podem ser vítimas de choques ou queimaduras, mesmo sem contato direto com fios ou estruturas metálicas;
- Seguros podem se recusar a cobrir sinistros, alegando ausência de medidas básicas de proteção.
Em condomínios, a situação é ainda mais sensível. A responsabilidade pode recair sobre o síndico, que responde civil e criminalmente pela segurança do edifício. Por isso, mesmo que não exista uma fiscalização constante, a negligência na instalação do SPDA pode gerar consequências sérias.
Como saber com certeza se o prédio precisa de SPDA?
A única forma confiável de responder a essa pergunta é por meio de laudo técnico de análise de risco, emitido por um profissional habilitado. Empresas como a Instalapar atuam justamente nesse ponto: realizando avaliações detalhadas, com base em normas técnicas, histórico de incidência de raios e especificidades de cada construção.
Esse tipo de serviço não só responde com precisão à necessidade ou não de instalar SPDA, como também indica qual o melhor tipo de sistema para aquela situação, como dimensionar corretamente a malha de captação, onde posicionar as descidas e como garantir um aterramento eficiente.
Mesmo que a conclusão do laudo seja de que o SPDA não é obrigatório, esse documento serve como proteção jurídica em caso de questionamentos futuros.
